sábado, 28 de julho de 2012

TEXTO LIVRE COMO BASE DE UMA IMPROVISAÇÃO ANGULAR (a usar moderadamente na apresentação de “Poesia insuflável”)

Sobre a minha mesa de trabalho reside uma laranja de gomos tristes. Foi envelhecendo gomo os papéis. O fôlego laranja murchou: como a laranjeira. Ouço os artefactos movidos a ar, nobre arte de insuflar, de resistir apesar das altas pressões e nos abrigarmos de disparates que povoam todo... o espaço aéreo circundante. Tão comuns os disparates em pleno século vinte e um português, dos espartilhos ao exercício da linguagem à linguagem desoladora da demagogia, parvos e asnos a voar.
Assim, este equívoco poético (perdure?) pode sobreviver debaixo de qualquer verborreia retórica, é robusto e impermeável a qualquer tipo de merda política.
Aceitam-se alternativas a este pedaço textual.*

* escrito numa noite distante do ano de 2014 d.c.