A palavra que, da boca do
poeta, nasceu para um círculo de música, envolta toda ela em pudor, ingressa
depois nas relações diárias e é submetida ao comércio de todos os
homens.
In Na Senda da Poesia, Ruy
Belo
Poesia insuflável não é só um tecto, é o abrigo completo das intempéries
da vida quotidiana. É a tenda com todos os seus dispositivos: mastros, espias,
estacas, tecto e sobre-tecto, só lhe falta um chão. A terra entra abundantemente
na nossa vida, a lama e seus derivados. Contra isso temos a poesia
insuflável.
Sopra-se por um lado, nada acontece, então insufla-se
até perdermos o fôlego, até mesmo rasgar o ar.
Contra todas as crises de valores (de ontem, de hoje),
poesia insuflável é um valor certo, basta um pouco de algodão e todas as
cicatrizes do ar se transformam em nuvens, e depois em espuma
doce.
Poesia insuflável é feita de máquinas sussurrantes, pequenos afectos,
atendedores nocturnos e janelas sobre o leito.
A
luz parece manter-se acesa, mas aqui é toda uma bolha de sensações prodigiosas,
até que o leitor rebente essa bolha e consiga caminhar sobre o
firmamento.
Paulo da Ponte, Julho de 2012
Após a apresentação feita em Portimão no dia 18 de Agosto e no passado dia 5 de Outubro nas Caldas da Rainha, segue-se uma segunda apresentação nesta cidade, no próximo dia 31 de Outubro, pelas 20:00h na Casa Antero. Seguem-se apresentações em Leiria, Coimbra e Porto a agendar brevemente.
Aceitam-se pedidos e encomendas do livro para o e-mail: pauljcorreia.arq@gmail.com. Será feito o envio por correio, acrescendo os portes de correio ao preço de capa.