segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Zéfirofolio no carso profundo

Zéfirofolio tem andado afastado da grande política. Há quem diga que anda a preparar-se para a alternância democrática ou lá o que isso quer dizer. Anda a preparar uma vaga de fundo que que nos passe bem acima da cabeça. Mas já ninguém acredita, tanto foi o tempo da ausência que motivou no povo uma forte indiferença. Anda tudo indiferente e com vontade de cagar, com uma forte vontade de cagar nisso nos mais diversos ângulos da realidade.
Na passada sexta-feira, em busca da paz merecida, Z. subiu à serra calcária e encontrou um mundo fervilhante, nas lagoas encontrou peixe, no terreno encontrou árvores e em Chão das Pias até encontrou um homem, seu semelhante. É certo que se tratava de um ser hodierno, atarracado, mesmo curvado pelo vento serrano, mas com mão sujas, do trabalho, acontecimento cada vez mais raro, num mundo em constante escalada de globalização.
Z. planeava iniciar a vaga de fundo em Chão das Pias, aquela que daria início à mudança, no carso profundo com o único homem que resistira num raio de centenas de quilómetros. Por algum sítio haveria de começar, a esperança.

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