domingo, 9 de outubro de 2011

nove de outono

levanto-me com o colar de vento
sobre a cama, os lençóis
prendendo os primeiros movimentos:
do dia virá, mais tarde, a previsível luz,

como um cordão atando as poucas roupas,
com que farás versos até ao meio-dia,
à tarde, desse domingo, mastigarás
folhas de ulmeiro retornando à toca

no fim do dia, quando os últimos
pássaros descerem aos abrigos
cobrirás os finos orifícios

com uma sopa quente
dois dedos de ternura
alguns fracos livros.

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